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MENSAGEM DO PRESIDENTE

O perigo de tornar invisíveis aqueles que se encontram em situação de pobreza

Uma lógica de intervenção integrada irá permitir olhar para cada pessoa como um ser único, com necessidades próprias e capacidades diferentes.”

Apesar de uma evolução, Portugal nunca conseguiu reduzir a pobreza e a exclusão social para valores inferiores aos 2 milhões de cidadãos. Em 2022, 2 084 mil pessoas estavam em situação de pobreza ou exclusão social em Portugal. No entanto, estes números não espelham o impacto da subida do custo de vida nas condições de vida da população.

Sabemos, porque conhecemos o território, que cada vez mais pessoas não conseguem cumprir com as despesas do dia a dia e que uma fatia muito significativa do orçamento vai para a habitação. Há muitas situações limite e muitas famílias que não sabem como atender a todas as obrigações.

Temos grupos específicos da população que são mais atingidos pela pobreza: desde logo as mulheres, as famílias numerosas, as crianças, os idosos. Mas também temos muitas pessoas que trabalham e são pobres, pessoas que precisam de ter dois empregos e que vivem no fio da navalha. E não poderemos esquecer as pessoas sem-abrigo, as comunidades ciganas que vivem em situações sub-humanas neste século.

Acreditamos profundamente na Estratégia Nacional de Combate à Pobreza e pensamos que só uma intervenção integrada pode proporcionar avanços significativos no bem-estar da população. Algumas metas apresentadas na Estratégia Nacional podem provavelmente ser alcançadas, enquanto outras serão mais desafiadoras. Mas não são as metas que nos movem. São importantes, mas mais uma vez as metas são números e nós precisamos olhar para além dos números. O momento atual é exemplo disso. Os dados apontam para uma melhoria das condições de vida enquanto as pessoas demonstram claras dificuldades em suportar o aumento de custo de vida. Neste sentido, precisamos mudar os processos, as metodologias, a governança.

A forma como olhamos para aqueles que neste momento precisam; a forma como pensamos os problemas sociais e como intervimos sobre eles. Não poderemos continuar a ver sempre os obstáculos, as dificuldades e acima de tudo culpabilizar as pessoas em situação de pobreza pela sua situação. Temos de mudar a forma de intervir no social, porque o social é tudo: é a educação, a saúde, o emprego, a formação, a habitação, a cultura, o desporto.

Uma lógica de intervenção integrada irá permitir olhar para cada pessoa como um ser único, com necessidades próprias e capacidades diferentes.

Temos de descobrir qual a nossa missão, qual a missão de cada um no mundo. O ser humano é um ser em relação; só existe porque o outro existe e temos de cuidar de todos.

A missão da EAPN Portugal é lutar contra a Pobreza! Com todos.

janeiro, 2024

O Presidente da Direção
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