RESUMO

A realização do estudo em torno dos imigrantes no concelho
de Bragança advém da parceria estabelecida entre a EAPN e Escola Superior de
Educação de Bragança no âmbito da formação inicial
de educadores sociais, e tem como objetivo geral: conhecer
as perceções dos imigrantes face à comunidade brigantina, com a finalidade de
assegurar intervenções adequadas às problemáticas identificadas; e como
objetivos específicos: (i) Identificar relações positivas e negativas
entre a população imigrante e a população brigantina; e (ii) tecer reflexões
sobre o acolhimento da população imigrante no concelho de Bragança.

Perante a escassez de
estudos locais face aos imigrantes quanto ao acolhimento percebido nas relações
interpessoais quotidianas tornou-se relevante obter um “retrato” daqueles sobre
a comunidade brigantina. Evidentemente que, apenas através do olhar dos
imigrantes, não se poderá obter uma análise completa. No entanto, as suas
perceções são um contributo relevante pois, a partir delas poderá construir-se
um conhecimento comum, e sobretudo, identificar-se linhas de intervenção
direcionadas, quer do ponto de vista político, quer do ponto de vista formativo. Para a sua concretização, recorreu-se a uma metodologia qualitativa de
índole descrita, através de um inquérito por questionário desenvolvido para o
efeito e aplicado a 60 inquiridos. Este instrumento, além das questões
sociodemográficas, contempla ainda seis questões abertas, a saber: (i) motivos
da imigração e escolha do país/concelho; (ii) identificação de
desafios/dificuldades; (iii) relatos de uma situação pessoal vivenciada
e percebida positiva e
negativamente; (iv) escrita de uma mensagem tanto para a população de Bragança
como para os políticos face ao acolhimento dos imigrantes. Os resultados
evidenciam uma diversidade de justificações face à imigração e perante as
vivências de índole positiva, de entre outras, ressalta o acolhimento dos
brigantinos. No entanto, face às negativas explicitam a discriminação
vivenciada em diversos ambientes. No âmbito das mensagens, apesar da
heterogeneidade das respostas, sobressai a convocação do respeito, tolerância e solidariedade por parte dos brigantinos. Por
último, face aos políticos, os
inquiridos apelam a uma menor burocratização e para o (re)pensar das políticas
de emprego.

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